Por Ale Sbano

''Então, se valer a pena eu quero voar
Ah, mas se voar depende de mim, por que não consigo tirar meus pés do chão?
É que o meu passado pesa demais
E as dores dele também, e não me deixam ir além
Mas quem sabe um dia...''

Por Ale Sbano

domingo, 27 de março de 2011

Gêmeas


Somos como um rio,uma só força
Nossos afluentes eram os mesmos
Ela tornava as águas correntes e não turbulentas
E eu mostrava a transparência e inovação,sempre ramificando,explorando

Mas o rio bifurcou
Ela se torna mais estável,tranqüila...um rio reto,como que certo do caminho a fazer.
Eu não..
Longe dela sou um rio dificil de prever
Hora aguas mansas,hora completamente selvagem...
Como uma corredeira
Com águas a invadir a floresta
Eu sou um rio tortuoso,que faz muitas curvas
Sempre transparente e exposto
E a banhar as margens
Alguns afluentes são os mesmos, muitas coisas em comum
Outros não
Os rios as vezes voltam a se misturar
Mas quando as águas se chocam
Demoram a normalizar,demoram a se reconhecer algumas vezes
Algumas brigas são como as ondas do encontro dos rios
Ela parece não entender,
Mas na verdade só que acalmar o fluxo,e compreender essa voracidade com que o outro rio quer seguir...
Mas se acalmam por fim...um faz parte do outro
Eu sou parte dela,e ela faz parte de mim

Quando as águas finalmente se misturam
Sentem como é bom estar de volta
Por que a nascente é a mesma,
E seremos de certa forma, sempre o mesmo rio
E quando temos de nos separar
Não estamos assim tão longe uma da outra
Como dois rios paralelos
Correndo lado a lado
Que se bastam em um tempestade ou na seca

Por que apesar de parecerem tão iguais,são divergentes
Se completam
E um rio só vive enquanto o outro também puder seguir.